Wednesday, January 31, 2007

Ready to 2007?

Quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007.

Restam poucos dias de férias.
A contagem regressiva para a volta às aulas comeca aqui.

4 Dias.

Equipe Capivaras

Tuesday, January 09, 2007

Dica de site

www.comuniquese.com.br

Um dos maiores sites sobre comunicação social do Brasil. Vale a pena acessar.

O que a Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero têm que a PUC Minas não têm?

Para quem não sabe, Cásper Líbero, foi empresário, jornalista e advogado. Além de jornais e de uma rádio, planejava a criação de uma Faculdade de Jornalismo.
O testamento de Cásper Líbero previa que a Fundação que leva o seu nome abrigasse uma escola de jornalismo.
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O PRIMEIRO curso superior de JORNALISMO da América Latina começou a funcionar no dia 16 de maio de 1947, em um auditório do Palácio da Imprensa, onde também funcionava a redação de A Gazeta, no Centro de São Paulo.
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Suas publicações laboratoriais têm recebido diversos PRÊMIOS, em todo o Brasil, por sua alta qualidade.

Estando entre elas o programa Edição EXTRA, realizado pelos alunos do curso de Jornalismo e Rádio e TV sendo o primeiro programa laboratórial do Brasil a ser veículado em uma emissora aberta.

O programa Edição EXTRA é veículado pela TV Gazeta que foi inaugurada em 25 de janeiro de 1970, data do aniversário da cidade de São Paulo. A primeira emissora montada com equipamento para transmissão em cores, teve, também, a primeira unidade para transmissão externa colorida do país. A TV Gazeta já teve em seu casting profissionais como: Fausto Silva, Serginho Groisman, Roberto Avallone, Clodovil Hernandes, Claudete Troiano, e atualmente têm os seguintes nomes: Ronnie Von, Cátia Fonseca, Ione Borges, Maria Lydia, Amanda Fançoso entre outros.

Seu corpo docente é o melhor do país e seus alunos atingem o MAIOR ÍNDICE de colocação no mercado de trabalho das Comunicações.
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Saturday, January 06, 2007

Vale a pena ser jornalista?

Por Fernando Evangelista em 23/12/2006

Publicado originalmente na revista Caros Amigos, edição 117, dezembro de 2006
Vale a pena ser jornalista? Eu me fazia essa pergunta enquanto soldados norte-americanos me arremessavam dentro de um carro na fronteira do Iraque. Dois militares me pegaram pelos braços, outros dois pelas pernas e, sem gritar, como se fosse um trabalho de rotina, como se fossem educados, disseram: "Desaparece". Era junho de 2003 e essa era a minha segunda tentativa frustrada de entrar no país, em menos de três dias.

Havia esperado por horas, no meio do deserto, sob um calor de mais de 40 graus, lutando contra a ansiedade e as moscas, com o intuito de chegar a Bagdá. Só na terceira tentativa, alguns dias depois, consegui entrar no Iraque. Entre as crateras das bombas que marcavam o caminho até a capital, tentava responder qual era, afinal de contas, a utilidade dessa profissão.

Quando adolescente, acreditava que o jornalismo seria um dos caminhos para mudar, radicalmente, o mundo. Mas nasci depois dos anos 60 e cresci com a imagem do Muro de Berlim sendo destruído e essa coisa de revolução foi ficando fora de moda, apesar de as injustiças sociais – de norte a sul – terem se agravado. Dizem por aí que a ditadura caiu, que vivemos numa democracia e que tudo, a partir de então, deve ser feito de "maneira mais madura e civilizada". A ditadura se foi, é certo, mas isto que a substitui está longe de ser uma democracia (no sentido original) e muitos dos que mandavam antes continuam mandando agora, sempre sem nenhuma "civilidade".

Fatos e versões

Comecei a pensar sobre "civilidades e democracias" quando pisei pela primeira vez num acampamento do MST. Só então, naquela visita, percebi o poder de manipulação da grande mídia. Pouco do que via e percebia daquela realidade correspondia à imagem midiática do Movimento. A mesma distorção dos fatos, em menor ou maior escala, testemunhei como repórter em 2001, na maior manifestação contra a globalização já vista, que reuniu mais de 200 mil pessoas em Gênova. Igualmente em Ramallah, 2002, durante a operação militar israelense "Escudo Defensivo", que culminaria com o massacre de Jenin – fato silenciado pelos meios de comunicação. Assim também, em 2003, no Iraque ocupado, e, recentemente, na guerra do Líbano. Era sempre muito inquietante perceber que as notícias do dia – em muitíssimos casos – não correspondiam aos fatos que eu havia presenciado na véspera.

Parte dessa distorção reside num dado bastante simples: alguns jornalistas ainda não descobriram que o lado mais fascinante da história não acontece nos palácios ou nos discursos oficiais. Acontece principalmente nas ruas. Ao cobrir um conflito armado, por exemplo, o ideal seria estar em todos os fronts, ouvindo todas as versões, como se aprende na primeira lição de jornalismo na universidade. É, todo mundo aprende, mas muitos esquecem e escolhem apaixonadamente um único front e ali permanecem grudados como o marisco na rocha. É o front do poder, o mais cômodo e mais seguro.

Eu não teria testemunhado o assassinato de uma senhora palestina, uma civil, por um soldado israelense, se estivesse acomodado num confortável hotel em Jerusalém, lendo e reproduzindo os releases enviados pelo governo de Israel. Ela foi executada na minha frente, quando saía de um hospital em Ramallah. Levou dois tiros, um na testa e outro no peito. Isso acontece com freqüência naquela região, não é novidade, mas é espantoso como alguns colegas insistem em reproduzir as versões oficiais sem qualquer investigação séria. Isso que chamam de "imparcialidade jornalística", muitas vezes, nada mais é do que cumplicidade com o poder.

Silêncio militante

Além de ter posição e deixar isso claro ao leitor, o jornalismo em que acredito deve saber costurar os fios de uma história, descrevê-la da forma mais objetiva possível e contextualizá-la. Por que quando se fala sobre o MST se omitem dados importantes para entender a questão da luta pela terra? Por que quase nunca se menciona que, dos 5 milhões de proprietários rurais, apenas 26.000 –menos de um por cento do total – são donos de 46% de todas as terras do Brasil? Por que nunca se diz que o acesso à terra era livre no Brasil até 1850, quando foi elaborada uma lei com o objetivo preciso de impedir o acesso a ela dos trabalhadores pobres? Por que quase nunca se menciona que o MST já alfabetizou 22 mil pessoas e mantém 2.000 escolas que empregam 4.000 educadores? A quem interessa esse silêncio militante?

Então, chegamos a uma das raízes desse silêncio e ela diz respeito à nossa concepção de democracia. O jornalista norte-americano Walter Lippmann, autor do livro Public Opinion, escrito em 1922, tinha uma concepção de democracia bastante atual. Lippmann foi um dos mestres das relações públicas e figura proeminente da primeira grande ação de propaganda de um governo moderno, coisa que levou o povo norte-americano a apoiar a I Guerra Mundial. Para Lippmann, a democracia é um regime deficiente porque o povo, basicamente uma "horda primitiva", não tem condições de saber o que é melhor para o bem comum. Por isso, é preciso que essa "horda" seja conduzida por uma elite de homens racionais. Essa elite – e apenas ela – tem condições de julgar o que deve ser permitido ou rejeitado.

Para que isso funcione, em uma democracia, é preciso fabricar consenso, construir idéias e valores que sejam assimilados, aceitos e seguidos. E o consenso é criado por meio da propaganda que, na maior parte das vezes, não se apresenta como tal, mas como informação, por meio do jornalismo. Enquanto isso, a "horda" deve ser entretida e deve pensar, assistindo a eleições e outros truques, que possui alguma importância. A concepção de democracia de Lippmann é a que existe no Brasil e em muitos outros países.

O norte-americano Noam Chomsky aborda esse tema no livro A Manipulação dos Media - Os Efeitos Extraordinários da Propaganda (Editorial Inquérito, 2003) e traz uma definição lapidar: "A propaganda está para uma democracia como o cassetete está para um Estado totalitário." Mas, quando a "horda primitiva", quando esse "rebanho tolo", por um motivo ou outro, se organiza e se rebela, é preciso revitalizar o Estado policial, utilizar o cassetete e criminalizar o rebanho. Para o poder não existe nada pior do que a junção de pobreza, consciência política e disposição para a luta. É o que acontece com o MST e, em muitos aspectos, é o que ocorre nos movimentos contra a globalização e na questão palestina.

Outras fronteiras

O problema de fundo, como constatou o incansável Fausto Wolff, é que "os novos jornalistas passaram a ver a realidade sob a sua perspectiva burguesa de classe média. O povo deixou de ser importante, deixou de ser o ator principal para tornar-se figura, coadjuvante, presunto. Em compensação, o jornalista deixou de ser o herói marginal para tornar-se uma espécie de poodle de divã, uma espécie de office-boy do poder..." Ou seja, chegamos a tal ponto que boa parte dos jornalistas já não precisa ser seduzida pelo poder. É cúmplice do poder sem ter consciência porque faz parte do rebanho tolo.

Para completar, vivemos num país onde a informação é controlada por meia dúzia de famílias. Essa concentração se torna ainda mais dramática pelo fato de que, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope em setembro de 2005, 68% da população brasileira é considerada analfabeta funcional. E, se não bastasse, ainda temos um Poder Judiciário acostumado a separar a lei da justiça, a transformar vítimas em réus e vice-versa. A censura imposta à revista Observatório Social, a condenação do jornalista Lúcio Flávio Pinto e do cientista social Emir Sader mostram que ainda é muito arriscado contrariar, em alta voz, os interesses da nossa elite. Conforme estudo da organização Repórteres Sem Fronteira (RSF), "a imprensa brasileira, sobretudo a local, continua sofrendo graves represálias quando se mostra curiosa demais". É por isso que o Brasil ocupa a 75ª posição no ranking que mede a liberdade de imprensa.

Ainda assim, vale a pena ser jornalista? Vale, se tivermos ânimo para ultrapassar as fronteiras proibidas, fronteiras bloqueadas pela censura, pela ignorância, pela mentira. Vale, se tivermos os olhos bem atentos, para ver o delicado, o diferente, o invisível. É preciso coragem para se comprometer, para dizer o que se vê e o que se sente, sem medos nem manuais. Só vale a pena ser jornalista se for – como cantou Torquato Neto – para "desafinar o coro dos contentes".

Friday, January 05, 2007

POR TRÁS DA TELA

Já que a rede avassaladora transmitirá sua verdade única a milhões de brasileiros, cabe aos veículos alternativos o contraponto. A começar explicando a verdadeira idade desta velha senhora. O fato é que a Globo não tem apenas 40 anos, "idade da loba", como definiu uma sorridente Cristiane Torloni no Jornal Nacional desta segunda-feira (25/4). A questão é que revelar sua própria idade implica, nesse caso, algo mais do que assumir as rugas. Vejamos esse trecho do livro A história secreta da Rede Globo, de Daniel Herz: "No ano seguinte, em 1962, a Globo assinou com Time-Life dois contratos e passou a ser subvencionada por milhões de dólares".
A Globo foi montada com US$ 6 milhões de dólares, enquanto a maior emissora da época, a Rede Tupi, havia sido construída com US$ 300.000,00. Os contratos firmados com o grupo Time-Life resultaram numa CPI que não foi muito longe e não chegou a resultados concretos, embora o acordo violasse a Constituição do Brasil. Sobre o grupo Time-Life, o então deputado João Calmon disse: "é um grupo da linha mais reacionária e mais retrógrada do Partido Republicano, exclusivamente interessado em manter, em países como o nosso, bases anticomunistas" (A História Secreta da Rede Globo, página 93).

De fato, o chamado 'perigo comunista' estava em moda na época. Ocupavam o lugar que hoje é ocupado pela 'ameaça terrorista'. E tanto no passado quanto no presente, os meios de comunicação da mídia grande jamais se preocuparam em contextualizar essa temática, optando por reproduzir, sem questionamentos, o discurso dominante. Nesse sentido, o escritor Roméro da Costa Machado, autor do livro "Afundação Roberto Marinho", vai ainda mais longe e afirma, em um de seus artigos que se encontram logo abaixo, ser um erro analisar o contrato da Globo com a Time-Life simplesmente como um caso de violação à Constituição:

- O escândalo Globo/Time Life não é meramente um caso de um sócio brasileiro (Roberto Marinho) que aceita como sócio uma empresa estrangeira (Grupo Time-Life), contra todas as leis do país. O escândalo Globo/Time-Life é mais do que isso. É antes de mais nada um suporte de mídia que visava apoiar, dar base, sustentação e consolidar a ditadura no Brasil, apoiada e supervisionada pela CIA, por exigência dos Estados Unidos, comandado por terroristas da CIA, como Vernon Walters e Joe Walach, sendo este último com emprego fixo na Globo, como "representante" do grupo Time-Life.

No momento em que a Globo tenta reescrever a história lançando livros e organizando uma festa que promete se alongar durante uma semana inteira de modo a tentar convencer o público de que em sua existência não existem pecados, é importante não deixar que todas essas luzes ofusquem o olhar. Não podemos nos esquecer que a Rede Globo nasceu e se criou em meio a troca de favores com a ditatura apoiada pelos EUA; não custa lembrar da manipulação grosseira, em 1984, por ocasião das manifestações pelas "Diretas Já" ou ainda aquela edição, em 1989, que favoreceu Fernando Collor. E esses são apenas alguns poucos casos. Os que ficaram mais famosos em meio a tantos outros.

Por tudo isso preparamos este Especial Globo com o intuito de constituir uma fonte de consulta segura sobre a verdadeira história dessa empresa. De início, onze artigos de Roméro da Costa Machado, que trabalhou durante dez anos na Fundação Roberto Marinho, alcançando o cargo mais alto da Fundação, o de controller, e também o posto de assessor especial de José Bonifácio Sobrinho, o Boni, que foi durante muitos anos o braço direito de Roberto Marinho. P

fonte: www.fazendomedia.com.br